sexta-feira, 1 de junho de 2018


A Menina QUE Gostava DE Contradizer

       Havia uma menina que gostava muito de contradizer os outros. Acho que vocês já devem ter conhecido muitas crianças assim. A gente pode reconhecê-las pela frequência com que dizem: "Não é assim."
       Em geral, elas usam outras frases como: "Não acredito que seja verdade!"; "É mentira!" Vamos ver, por exemplo, com o irmãozinho, que chega do quintal transbordante de alegria, porque acaba de fazer um bonito castelo de areia.
       - Que feio! - diz, quando lhe teria sido tão fácil dizer: - Que bem feito está o castelo, que bonito!
       Ou quando o outro irmão chega da escola, mostrando um mapa desenhado por ele.
       - Olha! - fala com orgulho infantil - não está bonito?
       - Não! - replica ela. - Horrível. Qualquer criança desajeitada faz um igual.
       E daí começa uma briga entre eles, que demora a acalmar.
       E assim vai a nossa menina que gosta de contradizer. Até com o papá e a mamã ela faz assim.
       Se a sua mãe diz à hora da refeição:
       - Ei, crianças, vocês viram que as nossas galinhas estão pondo novamente? Ontem puseram quatro ovos.
       - Não é verdade! - interrompe a menina.
       É feita uma repreensão para que ela não contradiga, mas parece que as repreensões não fazem nenhum efeito.
       Quando o papá começa a falar:
       - Sabem o que vi esta manhã? Um anãozinho de apenas um metro de altura.
       - Não acredito! - exclama a habitual interruptora.
       O pai ordena que ela se retire da sala, mas ao voltar, traz o mesmo espírito de contradição.
       O pior, porém, é que contradiz os pais na presença de visitas, quando é difícil castigá-la. Certa noite, viera tomar chá em sua casa uma senhora, e a mamã esperava que todas as crianças apresentassem um bom comportamento. Estava tudo bem. Porém, quando a mamã começou a contar à visita o que o bebé fizera no jardim, poucos dias atrás, parece que a nossa heroína se esqueceu por completo de que havia uma visita em casa.
       - Queria que a Senhora visse, cavou um buraco com o garfo - dizia a mãe.
       - Mentira!
       A mãe franziu a testa. Depois continuou.
       - Tinha quase meio metro de profundidade.
       - Não, era um buraco pequeno!
       A mãe torna a fazer cara feia, mas faz um esforço e continua:
       - Ainda ali está.
       - Não está!
       - Olha! - disse a mãe à menina - Se tu continuares a interromper-me dessa maneira, a tua nova professora vai fazer um mau conceito de ti.
       - Quem será a minha nova professora? - perguntou a menina com ansiedade.
       - Esta Senhora - disse a mãe. - Do ano que vem em diante, ela vai lecionar na escola.
       - Ah! - murmurou envergonhada a pequena, e saiu correndo da sala.
       A mãe disfarçou, e continuou falando com calma sobre o buraco cavado pelo bebé no jardim. Quando acabaram de tomar o chá e a boa senhora se foi embora, ela dirigiu-se para o quarto da menina que, encostada na cama, chorava sozinha. Sabia que se portara mal, muito mal, e calculava o que a estava aguardando. O que realmente lhe doía era que a sua professora tivesse desde o princípio um mau conceito sobre ela, como uma menina mal-educada e grosseira.
       - Quantas vezes já te disse para não ficares contradizendo tudo o que os outros falam? - perguntou-lhe a mãe, indo direta ao assunto.
       - Nem me lembro - disse a menina em soluços. - Talvez muitas e muitas vezes.
       - Não achas que mereces uma surra?
       - Sim, mamã. E as lágrimas redobraram.
       - Bem, desta vez vou perdoar, mas digo-te uma coisa:
       - Sim, mamã - disse, ainda soluçando um pouco.
       - Quando tu me contradizes na presença de visitas, sabes o que faz com que as pessoas pensem de mim?
       - Não senhora.
       - Pois está bem claro! Julgam que estou mentindo. Contra a minha palavra, têm a tua, e talvez imaginem que estou enganada. Tu queres que as pessoas saiam daqui pensando que a tua mãe é uma mentirosa?
       - Ah, isso não, mamã, eu não quero isso - disse a menina.
       - Pois é assim mesmo. E havendo ou não visitas aqui, tu nunca deves contradizer a ninguém, a não ser nos melhores termos possíveis, e ainda assim deixando sempre a possibilidade de que a outra pessoa tenha razão. E afinal, não é ilógico que uma menina como tu, da tua idade, queira saber mais do que todo o mundo, jovens ou velhos?
       - É sim, mamã!
       - Ainda vais continuar agindo assim?
       - Não mamã; nunca mais farei isso.
       E realmente ela cumpriu a sua promessa.


Artur S. Maxwell in As Melhores Histórias do Nosso Amiguinho Vol.2, Casa Publicadora Brasileira


Ahhhhhhh! Que grande partida fizeram ao Príncipe!!!... Muito engraçado!...

quarta-feira, 9 de maio de 2018


AMADO  INIMIGO

       Decidi estudar Teologia em 1948, ano em que os comunistas tomaram a Tchecoslováquia. Três anos depois, enquanto me preparava para prestar os exames finais no Seminário da Universidade Charles, em Praga, os comunistas proibiram todas as atividades da Igreja Adventista no nosso país. Confiscaram todas as propriedades da igreja e me vi forçado a abandonar os estudos.
       Passei os dois anos seguintes trabalhando num acampamento militar e outros dois no exército, como civil. Quatro anos depois, a igreja conseguiu permissão para retomar as suas atividades, ainda que de maneira limitada, e desde então pude trabalhar como Pastor. A partir de 1968, quando começou a chamada "Primavera de Praga", promovida por Alexandre Dubchek, trabalhei como editor da revista Sinais dos Tempos em língua tcheca durante dez anos.
       Em março de 1978, fui chamado pela polícia estatal (o equivalente tcheco da KGB) para pedir-me que colaborasse fornecendo informação sobre os visitantes estrangeiros, a vida dos crentes, atividades da igreja, etc. Quando me neguei, submeteram-me a uma série de interrogatórios, que duraram várias horas. No final, proibiram-me de trabalhar como editor.
       Durante seis meses, não consegui trabalho em parte alguma, pois ninguém me empregava por ordem da polícia estatal. Finalmente, em fevereiro de 1979, comecei a trabalhar como técnico num hospital.
       O diretor médico do hospital, um reconhecido urologista, não era comunista e conseguiu-me um trabalho melhor. Um ano depois, fui nomeado administrador da instituição, e minha esposa foi admitida como recepcionista.

Uns dias antes do Natal, informaram-me de que um alto oficial do Estado ia dar entrada no hospital. No dia seguinte, minha esposa contou-me que, enquanto anotava os dados desse paciente, ele lhe pedira um favor que a deixou muito surpresa. Disse que tinha com ele uma grande quantidade de dinheiro vivo e pediu à minha esposa que o depositasse no banco. Ela fez o que o homem pediu.
Poucos dias depois, fui visitá-lo para ver se estava tudo bem. Mencionou que teria de passar o Natal no hospital e queria saber se tínhamos planos de servir sopa de peixe na ceia do dia 24, segundo a tradição tcheca. Quando lhe expliquei que não seria possível, pois não haveria quantidade suficiente para todos os pacientes, disse com tristeza:
- Será meu primeiro Natal sem peixe.
À noite, comentei o assunto com minha esposa e decidimos preparar-lhe a sopa, peixe frito e uma salada de batatas para sua ceia. Assim, na tarde de 24 de dezembro, entrámos no seu quarto levando uma pequena mesa com sua comida predileta e umas bolachas. O homem ficou surpreso e profundamente comovido.
Dias depois, passei novamente pelo quarto do oficial antes de ir para casa. Ele convidou-me para me sentar na beira da sua cama, dizendo que me queria fazer uma pergunta:
- Porque fez tudo isso por mim?
- É que vi sua tristeza quando me disse que seria o seu primeiro Natal sem peixe - respondi.
- Quanto tempo o senhor está aqui como diretor da clínica?
- Uns seis meses. Antes trabalhei como assistente.
- E antes disso?
- Fui editor de uma revista.
- Que tipo de revista?
- Certamente o senhor não conhece - afirmei. - É uma revista religiosa.
- Como se chamava a revista? - insistiu.
Quando eu disse o nome, Sinais dos Tempos, ele olhou-me com espanto.
- E como o senhor se chama?
- Drejnar.
- O senhor é Drejnar? O senhor foi pastor em Plezen e depois trabalhou em Ostrava. Como está agora aqui?
Agora era eu o assustado. Antes de responder à sua pergunta, indaguei:
- Como o senhor me conhece e sabe onde eu trabalhei?
- Desde jovem, sou um comunista fervoroso - disse. - Quando subimos ao poder em 1948, decidi que lutaria, em nome do Partido, contra todas as igrejas. Cheguei a ser chefe do departamento encarregado dessa luta pelo Estado. Tomámos a decisão de fechar gradualmente as igrejas para erradicar por completo o cristianismo. A primeira igreja que escolhemos foi a sua, a Igreja Adventista.
- Para conseguir nosso objectivo - prosseguiu - era necessário conhecer bem a vida de seus membros. Por isso, consegui um exemplar da Bíblia e um hinário adventista. Naquela época, eu vivia no sul do país, onde ninguém me conhecia. Comecei a assistir aos cultos em diferentes lugares. Em cada igreja sempre me davam calorosas boas-vindas. Fui convidado a visitar várias famílias e chegámos a ser bons amigos. Conheci muita gente. Compreendi que realmente eram pessoas boas e que sofreriam muito se destruíssemos a sua igreja. Mas pareceu-me que não havia outra alternativa; a religião era considerada um impedimento para o progresso e deveria ser eliminada.
- Porém, quando proibimos as atividades de todas as igrejas em 1952, descobrimos que havíamos cometido um grave erro, pois assim não poderíamos mantê-las tão facilmente sob vigilância. Em um povoado onde antes havia só uma grande igreja, passou a haver 10, 15 ou 20 pequenos grupos, que se reuniam secretamente em diferentes lares. Foi impossível controlá-los. Por isso, voltámos a autorizar as atividades eclesiásticas quatro anos mais tarde, quando cheguei à chefia do departamento de administração da polícia secreta que vigiava a sua igreja.
- Trabalhei ali durante muito tempo, até uns dois anos atrás, quando fui transferido para outro cargo.
Após uma pausa, ele acrescentou:
- Contei-lhe sobre mim. E quanto ao senhor? Diga-me porque se encontra trabalhando nesta clínica e como chegou até aqui.
- Fui chamado pelo Departamento de Segurança do Estado - comecei dizendo.
- Por certo o senhor não quis colaborar - interrompeu - e por isso terminou aqui...
Não houve necessidade de acrescentar mais nada. Uns instantes depois, quando me despedi, ele disse-me:
- Sr. Drejnar, contei-lhe que tive uma Bíblia e que a levava quando visitava a Igreja Adventista. Mas devo confessar-lhe que jamais a li. Seria possível que o senhor trouxesse sua Bíblia algum dia para ler algo para mim?
- Por que algum dia? - disse-lhe. - Podemos fazê-lo agora mesmo. Tenho uma Bíblia no meu escritório. Vou buscá-la.


       Liguei da minha sala para minha esposa e expliquei-lhe que ia ter uma conversa muito importante e que, sem dúvida, chegaria tarde. Fui até ao oficial e li as seguintes palavras: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigénito, para que todo o que n'Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16.
       - Este é um breve vislumbre do caráter de Deus - disse-lhe.
       A seguir, li uma passagem que fala sobre a condição humana: "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos." Isaías 53:6.
       Ao ler estas palavras, vi que os seus olhos se encheram de lágrimas. Esses não foram os únicos versículos que repassámos naquela tarde. Nossa conversa se prolongou e no final perguntei-lhe se podia orar com ele. Aceitou com alegria.
       Haviam diagnosticado um cancro no nosso novo amigo e, lamentavelmente, sua doença não retrocedeu. Minha esposa e eu o visitávamos quase todos os dias, líamos a Bíblia e orávamos com ele.
       Depois de um tempo, ele também começou a orar. Jamais esquecemos a sua oração quando confessou sua animosidade contra Deus, pediu perdão e agradeceu a segurança da sua salvação.
       Uma sexta à tarde, em meados de setembro, passei novamente para me despedir.
       - Minha esposa e eu vamos para casa - disse-lhe. - Mas nos veremos segunda pela manhã.
       - Não - ele afirmou. - Não nos veremos na segunda.
       Perguntou se podia chamar minha esposa para orar com ele mais uma vez. Quando Maja entrou, peguei sua mão e orámos. Dei graças a Deus porque não me estava despedindo de um inimigo de Deus e de Sua Igreja, mas de um amado em Cristo, e porque voltaríamos a nos encontrar num lugar onde não haverá mais morte nem dor. Então acrescentei:
       - Voltaremos a nos encontrar, meu querido irmão, e certamente será logo.
       Quando chegámos na segunda pela manhã, a enfermeira nos disse que nosso amigo havia morrido, não muito depois da nossa última conversa.

História extraída do livro TRANSFORMADOS POR SEU AMOR - Histórias Incríveis da Vida Real de Loron T. Wade. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí - SP - Brasil. Pode comprar na Publicadora SerVir, Portugal.

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Prólogo do Livro

Este livro chama-se Transformados Por Seu Amor, mas poderíamos intitulá-lo Transformados Por Seu Poder, porque o amor é poder.
Os estudiosos da energia atómica acreditam que esta é a maior força do Universo. Como evidência, assinalam a enorme destruição produzida pela fissão de uma mínima quantidade de material radioativo.
Em certo sentido, eles têm razão. Mas toda essa energia, toda essa força bruta, não consegue tocar o ser humano em sua maior necessidade, porque não é capaz de transformar a sua vida ou infundir-lhe paz e calma em meio à tempestade. Este livro trata desse imenso e maravilhoso poder, que escapa à compreensão do materialista.
Onde entra o amor, tudo muda. E quando se desenvolve, verdadeiramente, o resultado é assombroso. Essa palavra aparece várias vezes neste livro, pois frequentemente os indivíduos que foram tocados pelo amor de Deus expressam o seu assombro. Usam esse termo para confessar que são incapazes de explicar a experiência que viveram e para assinalar o caráter surpreendente e inesperado dos eventos que transformaram a sua vida.
Mais do que meras histórias, estes relatos são testemunhos do grande amor de Deus. Pat Grant o expressa assim: "Maravilhado, fico sem palavras ao imaginar o semblante de um Homem tão poderoso e ao mesmo tempo tão simples e humilde que Se dignou a me buscar somente para me fazer compreender que a vida que eu levava não era para mim."
Assim, com a confiança de que estas comoventes histórias o animarão, colocamos em suas mãos seu precioso conteúdo." Loron T. Wade
(Livro maravilhoso! EE)


TOMA O MEU CORAÇÃO, SENHOR JESUS!!!



domingo, 22 de abril de 2018

ENCONTRO COM JESUS...


De Sacerdote
Franciscano
a Pastor Adventista


É possível que algumas pessoas já tenham lido esta história em
«News from General Conference President».
Com efeito, por ocasião do conselho anual da EUA, 1993, em Jongny, enquanto almoçávamos, o pastor Folkenberg, sabendo que o Senhor Jesus nos tem permitido viver experiências muito interessantes, pediu-me para lhe contar algumas, o que fiz com o objetivo de honrar Aquele que é a razão principal da minha vida e a Quem pertence toda a glória para sempre. Proponho-me, com a mesma intenção de O servir, contar algumas dessas histórias para os meus estimados leitores da Revista Adventista, e esta será a primeira de uma série. São experiências simples, mas que evidenciam o poder e a acção do Espírito Santo hoje.
Em 1992, fui convidado pelo Pastor Benini, presidente da União das Igrejas Adventistas de Itália, a apresentar o Seminário «Fé para Hoje» na igreja de Lungotevere, a principal comunidade adventista de Roma. Aceitei este convite com imenso prazer, mas na expectativa de saber o que é que o Senhor Jesus me reservava, e isto porque com os anos aprendi que Ele quer um encontro com alguém, desde que eu lhe dê a oportunidade, e, mais uma vez isso veio a confirmar-se, não só com uma, mas com várias pessoas.
A história de hoje fala do encontro entre um sacerdote católico romano, chamado Duilio D'Arpino, e Jesus.

O seminário «Fé para Hoje» decorreu de Sábado a Sábado. Todos os dias da semana tínhamos dois grupos: um, durante a tarde, constituído por irmãos cujos encargos profissionais os deixavam livres neste período; o outro grupo era constituído essencialmente por jovens e irmãos apenas disponíveis à noite. Num e noutro grupo havia um sentimento de amizade e de renovada comunhão uns com os outros e com Deus. Alguns testemunhavam que jamais tinham vivido um sentimento tão forte da presença do Espírito Santo. De facto, o amor pelos perdidos dava-nos a razão de estarmos ali reunidos. No último Sábado fomos todos pelas ruas e pelas casas testemunhar da nossa vocação e do nosso chamado, e ao pôr-do-sol voltámos de novo para a igreja, para contarmos uns aos outros as belas coisas que o Senhor Jesus tinha feito em nós e por nós. Nessa ocasião os crentes tomaram uma resolução e esta era que a experiência então iniciada deveria continuar. Perguntaram-me se eu estava disposto a estar com eles um ano mais tarde, ao que respondi sem hesitação: «Se essa é a vontade de Jesus e a vossa, eu voltarei.»

Voltei e permaneci com eles durante quatro semanas, para falar do Senhor àqueles que eles tinham convidado durante esse ano. Na primeira noite estavam 42 pessoas que nunca antes tinham visitado a igreja adventista, e no final das 4 semanas havia mais de 50 pessoas. Foi uma grande alegria para todos. Devem saber que Roma é uma cidade muito secularizada e que a única forma religiosa que conta é aquela que não faz apelo a uma mudança de vida, razão pela qual foi um milagre ter um grupo tão numeroso todas as noites, sem que para isso tenha havido qualquer tipo de publicidade, mas unicamente um cristianismo activo.
Duilio também foi convidado. Homem afável e de muito saber, começou o seu sacerdócio em Roma, serviu como missionário franciscano na Turquia e no Líbano, voltando de novo para Roma em 1986. Ele procurava a Pérola de Grande Preço. Tinha consciência, nos momentos de oração e de silêncio que, apesar da sua vida consagrada, não tinha a paz que vem de Jesus. E uma noite veio assistir às reuniões e continuou a vir. Cada noite, enquanto falava, os meus olhos procuravam o seu rosto, a fim de poder perceber a sua impressão, mas só encontrava um sorriso que me impedia de ler os seus sentimentos.

Cada vez que me dirigia para a porta, no fim da reunião, pensava em cada pessoa presente e orava para que a Palavra do Senhor tivesse tocado os corações. E, sem dúvida, o meu amigo sacerdote era quem ocupava o maior lugar nas minhas orações.
Na quinta-feira à noite, Duilio não estava presente e senti-me triste. Quase me faltavam as forças para proclamar o Deus Vivo, mas havia outras almas famintas que precisavam do Pão do Céu. Eram gente boa, vinham de muito longe, fechavam os seus escritórios, o seu consultório de dentista, etc. Outros deixavam os seus familiares. Recordo particularmente Erika, uma senhora alemã, esposa do Embaixador, que chegou a recusar estar numa recepção para não faltar ao seu encontro com Deus. Claro que eu tinha que encontrar forças para pregar naquela noite!
A noite seguinte Duilio D'Arpino foi o primeiro a chegar e pude então conversar de coração a coração com ele, e saber o enorme combate que travava, pois corria o risco de ser excomungado pelo papa, pela família e pelos amigos. No fim da conferência, à saída, ele disse-me uma frase que nunca esquecerei: «Pastor, por pouco me convence a tornar-me adventista!» Respondi: «Duilio, por pouco ou por muito, oro ao Senhor para que aceite a verdade que salva e dá paz infinita!»

Quando as reuniões terminaram, uma importante decisão fora tomada por este homem: «Não sei o que será de mim no futuro, sem trabalho, sem família e sem amigos. Já comecei a sentir o desprezo dos que me amavam, mas encontrei o alimento em Jesus e a minha alma está saciada. Por nada deixarei Aquele por Quem unicamente posso ter a vida eterna.»
Passados quatro meses, Duilio foi baptizado na igreja adventista, e está agora na Faculdade Adventista de Collonges, a aprofundar a teologia bíblica, para tornar-se pastor adventista em Roma, no seio da comunidade turca. Ele teve um encontro com Jesus e isso mudou completamente a sua vida.
Como Duilio, há muitas pessoas, crentes sinceros, que buscam a Pérola de Grande Preço. Deus deseja utilizar-nos como Seus instrumentos na salvação do nosso próximo.
Se o prezado leitor, já encontrou esta Pérola, não a perca por nada deste mundo. E ore pelo irmão Duilio e por aqueles que neste momento estão tendo um encontro com Jesus.

"O Pastor José Carlos Costa é o departamental do Ministério Pessoal da nossa Divisão" (Inter-Europeia). Revista Adventista, Abril 1994


SIM!  É  PRAZER  SERVIR  A  CRISTO!



segunda-feira, 26 de março de 2018



JESUS

* nascido numa aldeia obscura
* Ele era filho de uma camponesa
* trabalhou numa carpintaria até aos 30 anos de idade
* e durante três anos Ele viajou por todo o país
* parando o suficiente para conversar/ouvir as pessoas
* e ajudar onde pudesse

* nunca escreveu um livro
* nunca bateu nenhum recorde
* nunca frequentou uma faculdade
* nunca ocupou um cargo público
* nunca teve família nem casa

* não fez nenhum dos feitos que geralmente acompanham a grandeza
* não tinha nenhuma credencial senão a Si mesmo
* quando tinha apenas 33 anos de idade a maré da opinião
pública voltou-se contra Ele
* e todos os Seus amigos O rejeitaram
* quando Ele foi preso muito poucos queriam ter algo a ver com Ele
* depois do julgamento Ele foi executado pelo Estado
* juntamente com ladrões convictos
* só houve um lugar para o sepultar porque um amigo generoso
ofereceu - o seu próprio lote - num cemitério

TUDO ISTO OCORREU HÁ 20 SÉCULOS
E HOJE ELE AINDA É
A PRINCIPAL FIGURA
DA RAÇA HUMANA

E O EXEMPLO SUPREMO
DO AMOR


* ora não exagero ao afirmar que todos os exércitos
que já marcharam
* todas as esquadras que já içaram as velas
* todos os governantes que já dominaram
* todos os reis que já reinaram neste mundo

TODOS TOMADOS EM CONJUNTO
NÃO AFETARAM
A VIDA HUMANA
SOBRE A TERRA
COMO ESTA
ÚNICA VIDA SOLITÁRIA


Autor Desconhecido

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A  BROKEN  HEART



- Pode ouvir músicas da Páscoa no último grupo dos links de Meditação para a Saúde e de Uma Palavra Amiga -

quinta-feira, 8 de março de 2018


A   M-U-L-H-E-R   E   O   SEU   M-U-N-D-O





(clique nas imagens para as aumentar)

Hoje gostaria de falar não só da mulher, mas também das diferenças que podemos encontrar entre o homem e a mulher.
Não existem somente diferenças físicas que são facilmente observáveis. Existem também diferenças psíquicas. Os movimentos feministas empenham-se em demonstrar a igualdade do homem e da mulher nas suas estruturas psicológicas, mas quem assim faz pode estar tão enganado como aquele que pretende decidir que a mulher só tem capacidade para permanecer no lar e criar os seus filhos.
Existem definições típicas que pretendem definir os homens como mais analistas, mais frios no raciocínio, mais fortes e gostando de expressar a sua força através de grandes ações e de feitos heroicos, enquanto que a mulher nos é apresentada como uma pessoa mais delicada, virada para a família, para a beleza, terna e mais emotiva.

Deus criou o ser humano: o sexo masculino e o sexo feminino. Deus criou a sexualidade. É um dom divino. Cada um deverá aceitar a sua masculinidade ou a sua feminilidade. Mas nem sempre se atribui o valor adequado ao masculino e ao feminino, sendo por isso um tema que suscita sempre uma certa discussão. O homem e a mulher têm características sexuais baseadas nas diferenças hormonais que também contribuem para distinguir a sua vida psíquica. No entanto, gostaria também de referir que existem alguns fatores socioculturais que têm grande influência nos comportamentos típicos do homem e da mulher.

Durante muitos séculos o homem foi considerado como o sustentador e protetor da família e a mulher como a ama de casa e a mãe. Acredita-se na interação equilibrada de ambos. Desde a DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER, em 1789, esta situação tem vindo a mudar progressivamente. A mulher tem vindo a desempenhar trabalhos que antes eram considerados masculinos e acumula as tarefas domésticas com as profissionais. Talvez se pretenda levar esta situação até às últimas consequências fazendo com que a mulher deseje igualar-se de tal maneira ao homem que pode levá-la a perder a sua própria identidade.
Homens e mulheres são semelhantes tanto física como psiquicamente, mas não são idênticos, existem certas diferenças que temos impressas em cada uma das células comandadas por uma glândula a nível cerebral, a hipófise.

Seguidamente procederemos a uma análise das diferenças mais relevantes de um e de outro sexo de forma comparativa:
O centro da feminilidade da mulher encontra-se na sua própria natureza. Durante toda a nossa vida sexual ativa teremos que suportar os períodos com todos os inconvenientes físicos e psicológicos que todo este ciclo envolve. O mesmo diremos do fruto da nossa atividade sexual: os filhos, com o grande período que é a gravidez, a amamentação, o cuidado dos bebés e a primeira infância. Por muito que queiramos deixar aos nossos maridos a educação dos nossos filhos, será sempre com a mãe que se estabelece uma relação afetiva mais direta.
Para o homem, a sexualidade ocupa um lugar diferente do da mulher. Ele não tem a alteração hormonal cíclica. Pode dissocia-la do resto da sua vida mais facilmente do que a mulher.

No que diz respeito aos aspetos físicos são mais fáceis de ser vistos: as mulheres não têm tanta força física e muscular, não são tão altas, têm uma capacidade pulmonar menor e estas características vão impedir que sejam independentes para desempenharem certos trabalhos, atividades, desportos, obtendo um rendimento menor. É interessante notar que apesar das aparências nos poderem fazer pensar o contrário, nós mulheres, temos organismos mais resistentes às doenças, às tensões, ao stress... Psicologicamente a mulher manifesta-se mais equilibrada em situações adversas, enquanto que o homem desencoraja-se facilmente e a mulher será aquela que lhe terá de transmitir o alento perdido. Parece que isto é atribuído ao facto do homem sentir que tem de dar uma imagem de segurança enquanto se sente confuso e desorientado. E porque não pode exteriorizar as suas dúvidas toda esta situação fá-lo bloquear. Fica em tensão muito antes, e resiste menos às crises.

Até há poucas décadas atrás considerava-se que as únicas atividades para as quais a mulher se encontrava capacitada, eram as tarefas domésticas e o cuidado dos filhos. Sempre se considerou a mulher intelectualmente inferior ao homem. Esta tese já foi largamente desmentida por vários investigadores. Presentemente a mulher ocupa cargos de alta responsabilidade e está a demonstrar ser capaz de realizar trabalhos semelhantes aos do homem. Mas agora surge-nos outra tarefa importantíssima que é a educação dos filhos e apesar de ser partilhada, ela sempre recairá num dos progenitores. Uma vez que é a mãe que os traz ao mundo, penso que é normal que também sejam elas a estar mais perto deles durante os seus primeiros anos de vida, período importantíssimo da sua formação.

Leona Tyler no livro "Psicologia das Diferenças Humanas" publicou um resumo de um grande número de investigações científicas das quais se pode concluir que os homens são superiores em raciocínio matemático, têm aptidões espaciais e compreensão mecânica. As mulheres, por seu lado, destacam-se na aprendizagem de línguas, na memorização e na precisão de detalhes. Cada qual desenvolve aspetos diferentes de inteligência. Podemos assim afirmar que a mulher está ao mesmo nível que o homem no plano intelectual, e as mulheres podem ser de alguma utilidade na vida profissional do seu marido. Podemos pois concluir, que se completam.

Mas uma coisa é bem clara! Enquanto os nossos filhos são pequenos, devemos dedicar-nos especialmente ao seu desenvolvimento. Quando chegar a altura em que eles já não necessitam tanto de nós, podemo-nos então dedicar a outras atividades. Mas mais: quer as mulheres trabalhem fora do lar ou fiquem em casa com os filhos, devem encontrar oportunidades para adquirirem formação, ou se reciclarem, nas atividades que poderão apoiar o trabalho nas suas Igrejas. Podemos fazê-lo ou não, encontrando desculpas por não sabermos preparar pequenos temas, estudos bíblicos, escolas sabatinas... Lembremo-nos que apesar do nosso trabalho não ser referenciado na Terra, podemos ter a certeza de que ele se encontra entesourado no céu!

Texto de Maria Isabel H. Gómez, Esposa de Pastor, vive em Espanha. Retirado de uma Revista para Esposas de Pastores.

(Nota pessoal: A 2ª foto é de dois queridos Jovens, muiiito ESPECIAIS, Sandra e Roger, que conheço desde o exato momento em que nasceram... Os caracóis do cabelo da Jovem são naturais, herança do pai (ai que invejinha!!!... rsrsrs), mas os olhos azuis são meus... Esta foto é de quando trabalhavam nas Traduções dos Palestrantes para várias Línguas, numa pausa de refeição, nos bastidores da última Assembleia Geral Mundial dos Adventistas do 7º Dia, que se realizou nos EUA em 2015. É esta a minha querida Igreja que espera o regresso de Jesus em breve. Cada vez há mais sinais deste pobre mundo a acabar, para outro sem comparação alguma, e ETERNO, INICIAR... Estude este assunto na Bíblia e, melhor ainda, tire as suas dúvidas numa Igreja Adventista, mais perto de si. Quero encontrar-me com Jesus, com muita gente amiga... e consigo, lá em cima no Céu! EE)


QUE ENCONTRO MARAVILHOSO E ESPETACULAR SERÁ!!!




E pode ver a SESSÃO do CULTO do Primeiro Sábado
desta CONFERÊNCIA GERAL de 2015
(Gostei DEMAIS!!! EE)





sexta-feira, 2 de março de 2018


"'A Morte estava a dar a volta...', explicava ela para o pediatra, para quem fora empurrada a cigana de mil saias, pele escura, e corpo batido pelo vento e moldado pela noite"

AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ

"A Morte estava a dar a volta..." - a frase foi dita em surdina, um sussurro apenas, brisa de olhos em baixo, para explicar ao burocrata, sentado atrás da janela das "admissões", o incumprimento da ordem que a definia como utente fora da "zona". Como se aquela cigana tivesse noção de "rede urbanística", ou algum sentido dos limites, ou esquadria da cidade. "A Morte estava a dar a volta...", explicava ela para o pediatra, para quem fora empurrada a cigana de mil saias, pele escura, e corpo batido pelo vento e moldado pela noite. Uma vida, ainda jovem, que cheirava a fogueira, e tinha textura de palha e suor, e leis inscritas na pele e na carne, muito antes de ter nascido.

"A Morte estava a dar a volta..." Anos a fio guardei dentro de mim as palavras e a imagem. Recuei até aos primórdios da minha experiência como médico. O Hospital Pediátrico era um conjunto de casarões com o frio das igrejas ao fim da tarde. O pavilhão de doenças infecto-contagiosas tinha a altura de catedrais góticas, e os quartos o anacronismo de portas que oscilavam como os bares de cowboys, onde, presa com um adesivo, e escrita à mão, uma folha esvoaçava na corrente de ar da enfermaria. A letra de cor encarnada, lia-se: "sarampos", mais à frente: "meningites". Quem ocupava os sarampos e as meningites eram crianças que choravam o desespero do sequestro. Nos corredores misturavam como bandos de anarquistas os respectivos vírus e bactérias, com fraldas pesadas de urina e fezes, que talvez uma enfermeira, mais tarde, viesse a retirar. Caras pequeninas, húmidas de lágrimas e ranho, exprimiam o terror e a incompreensão de um campo de concentração, que adultos doutos tinham erguido para seu bem. Não pode haver visitas, era a regra da casa. Por vezes, semanas passavam, sem que os pais vissem os seus filhos, entregues aos cuidados do casarão e de quem lá habitava, senhores absolutos do castelo e suas torres.

Todos os dias, às 12h00, havia informações. Um magote de gente que se acotovelava, mães de olhar ansioso, pais humilhados na sua impotência, ouviam do jovem interno o boletim clínico: O "33" - agitação na turba - um casal destacava-se, mãos que se retorciam, e a resposta que dava alguma esperança, migalhas de vida até ao dia seguinte. O "33", está melhorzinho... vamos a ver. E de pronto as notícias do "34": malzinho - mãos a oscilarem ao ritmo do "assim-assim" - como quem diz: sabemos lá o que Deus lhe destina. Já o "57"... "Vai-se fazer o possível..." Cabeças que caem, como quem reza, ou desespera. Da mãe nascem lágrimas em fio, chuva de monção que preenche o leito das rugas. Apenas húmidos, os olhos do pai.
Gente simples que desce a escadaria que leva à rua, impotente na sua ignorância de antibióticos, injecções e doenças, condenados à pena que decreta a necessidade de confiar em quem não se conhece, nem a alma, nem o saber. As janelas que dos quartos se abriam para fora estavam malevolamente pintadas de tinta rasca, para impedir que os pais espreitassem para dentro dos quartos, na ânsia e na saudade de olharem as crianças. Alguns, com as unhas raspavam brechas que lhes permitissem espreitar, ainda que por alguns segundos, os seus filhos reféns, não só da doença, como do hospital-prisão. Na altura das "punções à espinha", era difícil suportar o choro das crianças. Para meu próprio sossego, implementei um concurso de estoicismo, onde meninas de 4 anos (como a Rosa) tinham o prémio do aplauso, a medalha de mérito da aprovação, se sofressem sem chorar, embora se aceitasse que as lágrimas corressem, se as bocas se mantivessem fechadas.

Astuta e corajosa, a cigana raspou um canto da janela. Saltou um pouco de tinta, o que lhe permitia, todos os dias, vigiar a sua filha. Viu desaparecer uma a uma, de forma metódica, no sentido do ponteiro dos relógios, os bebés da mesma sala. De certo se interrogou porquê, mas depois tornou-se evidente o motivo porque se apagavam, de forma sistemática e regular, tantas vidas pequeninas. No seu espírito, sem endereço, habitado pelas coisas sólidas que a sua vida de nómada lhe tinha ensinado, a razão surgiu límpida, irrefutável, como a descoberta de qualquer evidência, até ali camuflada: "A morte estava a dar a volta." Quando disso se apercebeu, contra o mundo ergueu toda a sua vontade de mãe. Afrontou batas e burocratas. Irrompeu por entre médicos amedrontados por histórias de facas, sangue e vingança. Nos braços tomou a sua filha e levou-a para bem longe, para outro hospital, no canto oposto da cidade. Aí explicou a sua presença, sem culpar pessoas ou regras, na convicção de mulher simples, e com a coragem com que resgatou a sua filha da "força que veste de negro, que por ser feia, esconde a carantonha de esqueleto em capuz negro", que "a morte estava a dar a volta!"


Artigo de Dr Nuno Lobo Antunes, Neuropediatra, in Revista Lux. Folha única, abandonada num assento do Centro de Saúde mas que me alegro de a ter encontrado e guardado... Pergunto-me: Não faria eu o mesmo no lugar desta Mãe?... Desconfio bem que sim!!! Um dia contarei uma história minha deste género...



domingo, 4 de fevereiro de 2018


EU  E  O  PAI  NOSSO

- Não posso dizer: Pai, se não mostro na minha vida diária que sou Seu filho leal.
- Não posso dizer: nosso, se a minha religião não me dá lugar para me aproximar dos outros nas suas necessidades.
- Não posso dizer: que estás nos céus, se todos os meus interesses se centralizam nas coisas desta Terra.
- Não posso dizer: santificado seja o Teu nome, se não demonstro reverência pelo nome de Deus tomando o Seu nome em vão, e pelos Seus Mandamentos não os cumprindo.
- Não posso dizer: venha a nós o Teu reino, se não estou disposto a abandonar a minha soberania e a aceitar o reino divino de justiça.
- Não posso dizer: seja feita a Tua vontade, se esta não se cumpre na minha vida, ou se a aceito, apenas, parcialmente.
- Não posso dizer: assim na Terra como no Céu, se não estou disposto a entregar-me completamente, desde já, ao Seu serviço.
- Não posso dizer: o pão nosso de cada dia nos dá hoje, se não faço um esforço honesto para obtê-lo, ou se ignoro as necessidades reais do meu próximo.
- Não posso dizer: perdoa-nos as nossas dívidas (ofensas), assim como nós perdoamos aos nossos devedores (ofensores), se abrigo ressentimentos contra os outros.
- Não posso dizer: e não nos induzas à tentação, se escolho, voluntariamente, entrar ou permanecer numa situação em que possa ser tentado.
- Não posso dizer: mas livra-nos do mal, se não estou preparado para lutar no reino espiritual com a arma da oração.
- Não posso dizer: porque Teu é o reino, se não presto ao meu Rei a disciplinada obediência de um fiel vassalo.
- Não posso dizer: o poder, se sinto receio do que os outros digam ou façam.
- Não posso dizer: e a glória, se busco, acima de tudo, a minha própria glória.
- Não posso dizer: para sempre, se sinto demasiada preocupação com temas e assuntos temporais.
- Não posso dizer: Amén, se não consigo dizer honestamente: - "Esta será para sempre a minha oração".
(Autor Desconhecido)



segunda-feira, 1 de janeiro de 2018


O MUNDO DE DEUS

                                         Senhor, não seria tudo melhor,
                                         Se as coisas fossem organizadas e previsíveis,
                                         Se eu, previamente, soubesse o resultado dos meus actos,
                                         Se pudesse calcular os meus ganhos
                                         Antes de investir,
                                         Se sempre pudesse semear em linhas impecáveis
                                         E visse crescer as plantas sem quaisquer defeitos?
                                         Não sei se seria melhor...

                                         Seria, sim, mais seguro e cómodo,
                                         Apropriado.
                                         Poderia fazer os meus planos,
                                         Materializar os meus sonhos, organizar a minha vida.

                                         Os meus planos? A minha vida?...
                                         Senhor, creio que esta é a questão.
                                         Vejo o mundo
                                         E a obra que tenho a fazer
                                         Como coisas minhas.
                                         Mas é o Teu mundo
                                         E os únicos planos a longo prazo são os Teus!
                                         Posso ter ideias,
                                         Posso fazer o que me parece melhor e bem pensado,
                                         Mas o vento é também Teu
                                         E ele sopra através da minha vida como Te apraz.

                                         Umas vezes é uma brisa fresca,
                                         Suspirando por entre os salgueiros à beira do riacho,
                                         Reconfortando.
                                         Outras vezes é um vento forte
                                         Que me fustiga de chuva o rosto,
                                         Quando subo as ladeiras.
                                         E pode ser uma rajada ululante,
                                         Com propósitos que não alcanço,
                                         Arrebatando e destroçando meus planos.
                                         Ou parecendo destroçá-los.

                                         Senhor, ajuda-me a reconhecer
                                         Que os Teus caminhos estão além da compreensão.
                                         Fortalece a minha fé
                                         Para que, quando o vento soprar e desfizer o meu mundo,
                                         Levando a semente para lá do horizonte,
                                         Eu tenha a certeza de que ela irá crescer noutros lugares
                                         E noutros tempos.
                                         Faz-me ver que todos esses outros tempos e lugares
                                         São também teus.

                                         Senhor, a minha tarefa
                                         É manter o meu rosto voltado para o vento,
                                         Deixando-o soprar através da minha vida,
                                         Refrescando, perturbando,
                                         Às vezes assustando,
                                         Mas sabendo eu sempre que é o Teu vento
                                         E que, enquanto eu estiver voltado para ele,
                                         Estarei sempre voltado para Ti.


Poema de Eddie Askew, traduzido por António Coquenão Lopes, pastor aposentado, e extraído de "Silence and a Shouting", editado por The Leprosy Mission Internacional.


MAIS  SEMELHANTE  A  JESUS

"Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque, assim como é, O veremos".
1 João 3:2

A manhã está calma aqui na praia de Acuípe, em Ilhéus. O mar impetuoso agita-se inquieto e incansável.
O vento sopra refrescando a areia quente e torna mais agradável o ambiente. Tudo parece perfeito. O movimento ritmado das ondas, o céu azul, o quase uniforme desenho dos coqueiros e até a areia branca contrasta com o verde intenso das águas.
Podia ser tudo perfeito... mas não consigo tirar da cabeça a imagem do rapaz que me procurou ontem à noite, depois da pregação, ainda sob os efeitos da droga. Os seus olhos pareciam querer sair das cavidades. O seu rosto marcado pela vida, pelo sofrimento, pelo peso da culpa e pela sensação de fracasso, estava todo deformado. "Sou lixo, Pastor", disse angustiado, "não consigo sair, não consigo, não consigo!"
A manhã está calma aqui na praia. O mundo podia ser belo e perfeito. Os homens podiam ser felizes tal como quando Adão saiu das mãos do Criador... mas a imagem do rapaz de ontem, traz à minha mente uma pergunta: O que foi que aconteceu ao longo do caminho? Porque é que hoje, olhando para o espelho da vida detestamos a forma do nosso ser? Porque sentimos que o nosso temperamento está muito longe de ser o que devia? Porque carregamos traumas, complexos, deformações de carácter? Porque nos sentimos, às vezes, escravos de paixões ou de vícios, acorrentados a sentimentos e pensamentos que gostaríamos de abandonar?
Quando contemplamos a beleza do caráter de Jesus apodera-se de nós um sentimento de pequenez e insignificância que nos faz suspirar, pensando... "Como eu gostaria de ser como Ele! Calmo na tormenta, manso na ira, puro na impureza, doce na amargura!" É POSSÍVEL TER O CARÁTER DE JESUS? O verso de hoje diz que SIM! Deus quer reproduzir na nossa vida o carácter maravilhoso do Salvador. As meditações de cada dia, ao longo deste ano, têm como objetivo mostrar a maneira como Deus trabalha na nossa vida para podermos refletir o caráter de Jesus.
E a minha oração é que em (1996) 2018, cresça no seu coração o desejo de ser cada dia  MAIS  SEMELHANTE  A  JESUS!


Alejandro Bullón in MAIS SEMELHANTE A JESUS - Meditações Matinais - Edição Sinais dos Tempos, 1996.

PROSSIGA


              O sonho que você sonhou ficou no coração, foi Deus quem colocou.
             Ele quer muito te ajudar e se você quiser a força vai te dar.

             CORO: Então prossiga pelo teu ideal e vá lutando p'ra alcançá-lo, afinal.
             Tudo é possível pois Este Deus de amor move as montanhas se preciso for.

             Se for difícil caminhar você pode pensar que não vai conseguir.
             Mas Ele vai estar ali a cada passo teu tomando tua mão.


F E L I Z    A N O    N O V O
F E L I Z    A N O    N O V O
F E L I Z    A N O    N O V O